É o que diz uma pesquisa divulgada esta semana, feita na Universidade da Coréia, em Seul. Depois de fios, e do ar, chegou a vez do corpo humano ser testado.
De acordo com a revista PopSci pesquisadores colocaram dois eletrodos no braço de uma pessoa, há 30 centímetros de distância e enviaram dados a uma velocidade de 10megabits por segundo utilizando o braço como condutor.
Os eletrodos, que são mais finos e mais flexíveis utilizam uma quantidade significativamente menor de energia do que os utilizados em conexões Bluetooth, por exemplo. Isso se dá porque a baixa freqüência de ondas eletromagnéticas atravessa a pele com pouca resistência. Além disso, a pele protege melhor o sinal de interferências externas.
Mas a equipe explica que a intenção da pesquisa não é conectar as pessoas diretamente a internet e sim utilizar essa tecnologia em prol de avanços na área da saúde. Por exemplo: atualmente é difícil monitorar sinais vitais como dosagem de açúcar no sangue ou atividade elétrica do coração porque, para isso, a pessoa tem que ficar coberta por fios e permanecer conectada a um dispositivo que grava todos esses dados. Seria impossível manter-se numa rotina normal estando sob esse monitoramento.
O co-autor do estudo, Sang-Hoon Lee, da Universidade da Coréia diz ainda que para utilizar uma transmissão wireless para cada um desses dados vitais, seriam necessárias muitas baterias. Segundo ele, uma rede de transmissão através da pele cortaria as necessidades de energia em cerca de 90%.
Segundo o site NewScientist comunicações desse tipo já foram feitas em 2005 por pesquisadores da Universidade de Tóquio, no Japão, mas os eletrodos utilizados eram grandes, rígidos e feitos de cloreto de prata, o que poderiam causar irritação à pele, se mantidos por muito tempo no mesmo lugar.
Os eletrodos desenvolvidos pelos pesquisadores coreanos são de metal revestido por um rico polímero de silicone altamente flexível e foram amplamente testados para garantir a segurança total do usuário. Lee e seus colegas pediram a voluntários que utilizassem os eletrodos nos ombros ou atrás das orelhas por uma semana e nenhuma complicação foi encontrada. Antes disso, foram feitos testes de citotoxicidade (que determina se a causa da morte celular é natural ou causada por algum agente externo) em cultura de células humanas e também não encontraram nenhuma complicação.
O dispositivo tem 300 micrômetros de espessura – que equivale a largura de três fios de cabelo humano – e resistiu a testes em que foi dobrado a um ângulo de 90 graus por 700.000 vezes.
Ainda de acordo com o New Scientist, os pesquisadores coreanos trabalham agora em conjunto com um grande fabricante de eletrônicos para desenvolver uma forma de monitorar as redes criadas pelos novos eletrodos. Lee diz ainda que, futuramente, novas versões desses dispositivos poderão ser incorporadas sob a pele para aplicações a longo prazo como o monitoramento de eletrocardiogramas ou eletroencefalografias.
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